A tinta amarelecia (já nada era igual de antes), as árvores estavam nuas (é agora que percebo que tudo mudava). Peneiravas o sol, arrastava-te pelo chão como uma sombra de saudade atrás de um condenado e o gelo escorregava pelas palavras, contidas naquele bloco baço e vazio que eram os meus olhos.
E o meu coração que caía ao chão, nem cá estava, fugia de mim para ti.
Agora olho e já não te vejo. Vejo muitas coisas diferentes, cores e luzes, e tenho as mãos quentes e o meu coração estremece. Neste inverno, as palavras saem de mim e encontram o caminho para casa no alcatrão pérola das linhas das minhas mãos. Confusas, perdidas, no meio da brilhante confusão da minha dúvida marcham curvadas e molhadas, em frente.
(dig - incubus)
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